
30 Jun O Parlamento islandês, dos direitos das mulheres ao direito de resistência
O belo edifício do pequeno parlamento islandês (63 deputados) – Alpingi ou Althing, na versão anglófona – sinaliza através de monumentos adjacentes alguns dos valores fundamentais da cultura política dos islandeses. Por um lado, na lateral direita temos a estátua da primeira mulher eleita para o parlamento da ilha, em 1922, sinalizando a importância da luta pelos direitos políticos das mulheres, que obtiveram a plena igualdade no direito de voto entre 1915 e 1920. Por outro lado, em frente do parlamento temos uma escultura glorificando o “direito de resistência” , sinalizando a importância da participação cidadã no processo político. Quanto ao sistema partidário, desde os tempos da guerra fria e comparando com os sistemas partidários dos restantes países escandinavos, temos uma ala esquerda marcada pela mais forte presença da esquerda radical (a velha aliança socialista popular, de raiz comunista) e pela menor força relativa dos sociais democratas. Ao centro temos o partido progressista, da família dos partidos agrários, liberais, centristas, bastante comuns na Escandinávia. Finalmente, na ala direita temos o Partido da Independência, que liderou o movimento independentista face à Dinamarca (1944), um espécime de tipo catch-all da família conservadora igualmente comum na Escandinávia. PS: a partir de 2013 em diante, porém, o sistema partidário tem ficado crescentemente mais fragmentado, seja pelo aparecimento de novos partidos tout court, como o «Partido Pirata», seja pela formação de partidos que resultam de cisões de partidos anteriores (o Partido do Centro, uma cisão do Partido Progressista; ou o Partido da Restauração, uma cisão pró União Europeia do Partido da Independência). Geralmente, os novos partidos e os temas que trazem contestam a divisão esquerda-direita, mas partidos caracterizados por extremo nacionalismo e/ou xenofobia têm tido pouco sucesso na Islândia.





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