
25 Nov O banqueiro que trabalhou para 2 bancos ao mesmo tempo
Quando saí da companhia de seguros em que trabalhava, como não ia para uma empresa do mesmo sector, tive ainda que “dar à casa” os 2 meses que estavam contratualizados, dando a oportunidade à empresa para se arranjar substituto, passando a pasta, etc.
Lembro-me bem, que um colega meu, quando se demitiu, como informou que ia para a concorrência, pediram-lhe que abandonasse o mais rapidamente o posto de trabalho. Naturalmente, havia o receio que pudesse ter a tentação de levar informações confidenciais, bases de dados de clientes, sei lá… dar cotações altas, para depois aparecer na congénere a dar cotações mais baixas e a concretizar negócios…
O que quero dizer é que, basta pensar um pouco, ou ter alguma experiência no mundo empresarial, para perceber que se alguém pode ter alguma coisa a queixar-se por António Domingues, ainda como Administrador do BPI, estar já a participar em reuniões sobre a CGD, seria o BPI e não o banco público ou o Estado.
Os accionistas do BPI é que poderiam afirmar: Mas então ele ainda era Administrador do nosso banco e já estava com um pé na CGD? Trabalhou para a CGD enquanto lhe pagávamos (e bem pago!). Que informação terá levado para lá, para prejudicar o BPI e fazer logo um brilharete na Caixa?
Ora, como experiência empresarial é o que não falta os deputados do PSD e CDS que, a pretexto desta questão, rasgaram as vestes e exigiram «esclarecimentos do Primeiro-ministro e consequências para a Administração da CGD e para o Governo» (leiam-se: pedidos de demissão), fica claro que, o que preocupa estes partidos, não é, obviamente, que os interesses do banco público ou mesmo do BPI possam ter sido prejudicados. O que lhes interessa é o número político, é criar o máximo de ruído possível sobre qualquer coisa, porque estamos no domínio da luta política como espectáculo e tudo se submete a essa lógica.
Se pelo caminho, PSD e CDS ajudarem a desacreditar o banco público, tanto melhor, na sua perspectiva. Afinal, não é segredo para ninguém que o seu Programa é a privatização e o desaparecimento da Caixa como banco forte de capitais inteiramente públicos.
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